Muito se tem falado sobre proteção aos animais, defesa do meio ambiente, como salvar nosso planeta, e tantos outros assuntos ligados a preservação das espécies, incluindo a nossa.
Acredito em alguns movimentos pelo mundo que realmente se interessam pela CAUSA e não pelos patrocínios e possíveis "networking" que possam surgir ao longo do caminho. Mas acredito, sobretudo, naquele "tijolinho" que nós mesmos podemos colocar no dia a dia, com atitudes aparentemente simples, mas que nem sempre aqueles que possuem animais compartilham ou praticam. Explico: não adianta cuidar de seu cão de estimação como se ele fosse um príncipe e não recolher os dejetos que ele “causa” ao passear pelas ruas. Não adianta levá-lo para passear duas ou três vezes ao dia e puxar a coleira com tamanha força como se ele fosse de plástico. Limitá-lo a uma área de serviço fria, sozinho na maior parte do tempo, sem atenção, para que ele não bagunce sua casa. Ora, quem gosta de animais verdadeiramente sabe que tanto quanto nós eles procuram carinho, cuidados, olho no olho, calor. Não são seres inanimados que ao acionarmos um botão eles funcionam e quando não queremos mais brincar, os largamos em qualquer canto. Não é fácil ter um companheiro desses em casa; eles tem horários para comer, beber, passear, vacinar e tantas outras coisas que demandam cuidados que já soube de histórias verídicas como a do pai que no dia seguinte de ter adquirido um cãozinho para a filha (a menina insistiu muito), veio devolve-lo porque o cão fazia muito xixi e coco. (!) Comparo a escolha de conviver com um animal com a de um casamento; só que no primeiro caso, o companheiro dependerá pra sempre de você (claro, existem outras vantagens, mas não é o tema deste texto... ;) ) e REALMENTE te fará companhia. Quando eu era criança, minha mãe me ensinou que para aquele cãozinho ou gatinho pequenino dentro do cesto, eu, naquele momento passava a ser “mãe” dele – dependeria de mim para comer, beber, vacinar, etc. Um bom exemplo de responsabilidade para uma criança através do amor. Mas continuo vendo animais abandonados nos prédios durante as festas de final de ano, onde as famílias viajam e os deixam ao cuidado de pessoas que tem somente a obrigação de dar alimentos e não carinho. Os uivos são coletivos.
Existem também aquelas famílias que ao se mudarem para outro lugar, deixam o cão ou o gato amarrado ao portão da antiga casa para que alguma “boa alma” se compadeça ao passar e o adote. Já presenciei casos de animais presos ou não no portão de suas casas, esperando os donos “voltarem”. Muitos também se rendem ao modismo – sim, modismo de ter o cachorro do “momento”; passado algum tempo não é de se admirar o número de pitbuls abandonados, dentre outras raças. Já visitou a União Protetora dos animais de sua cidade? Não? Então faça uma visita quando possível. Será surpreendido como eu fui com histórias fantásticas como a da pitbull com três patas – uma teve que ser amputada devido aos maus-tratos que sofreu por não ser feroz como o dono desejava; o cão pastor alemão que serviu como guarda durante catorze anos numa empresa de segurança e hoje, completamente psicotizado, não deita em nenhum momento: fica sentado, atento, esperando qualquer perigo. Ao ser preso em sua baia, anda para lá e para cá, rosnando, intranqüilo. Ou os filhotes vira-latas que foram jogados pelo muro na calada da noite, com a mãe, inclusive. Os abrigos estão repletos de futuros amigos, daqueles que não precisamos comprar, apenas amar. Além de contribuirmos para proporcionar um lar para aquele novo amigo, contribuímos também para que o comércio ANIMALESCO dos canis acabe. Amar, mas incondicionalmente, tal qual eles fazem conosco. Eu sempre ouvi falar que um animal adotado é eternamente agradecido ao novo dono e demonstra isso sempre que possível. Sou prova viva desse amor todos os dias quando acordo e sou bombardeada por beijos de focinhos gelados e muita festa, numa disputa de quem será a primeira a me cumprimentar, entre gatas e cadelas.
Um dia desses, passeava eu pela rua com minhas cadelinhas Mila e Filó, devidamente municiada com um saquinho de plástico nas mãos, quando uma desconhecida ao passar por mim, falou num tom suficiente para que eu ouvisse: “Graças a gente como você, as ruas e o dinheiro público são desperdiçados. Era mais fácil matar esses animais...” E seguiu andando. Rapidamente, num tom ligeiramente alto o suficiente para que ela ouvisse, comentei: “Realmente uma pena que tantos ANIMAIS possam andar pela rua livremente...” A desconhecida parou, olhou para trás e sem resposta, continuou a caminhar. Não culpo quem não gosta de animais e muito menos julgo, cada macaco no seu galho. Mas nesse mundo repleto de dificuldades e individualismo em que vivemos, é muito, muito bom termos com quem compartilhar nosso amor, nossa solidão, nossa vida.
PS: E para quem quer adotar um amigo(a) é só clicar no link "ANJOS PARA ADOÇÃO" na margem direita do Blog!
11 comentários:
Olá!
Carla, que texto lindo!
Eu gostaria de tê-lo escrito ´pois diz tudo o que eu quereria dizer. Posso perguntar por que você não posta com mais frequencia? Gosto tanto do seu jeito de escrever!Se bem que vale a pena esperar.
Beijos e obrigada pelas lágrimas desta tarde.
Não pude me conter diante de mais este texto seu e coloquei um link direto para ele... Parabéns.
E agradeço pelas palavras deixadas lá no meu espaço... Obrigado.
Eu tive uma amiga que era assim, como você, apaixonada e cuidadosa com os cães dela.
Eu não tenho, já tive, mas sei que não sou capaz de dar o que eles precisam... Tenho filhos, já é amor para dar e vender.
Mas acho terrível quem maltrata, quem não cuida, acho que é um reflexo do que são capazes de fazer com seus iguais.
O post foi sério, mas cuidadoso.
Parabéns!
Caracaaaaa! Essa é a Carla escritora... ahahah
Que post fantástico, bem escrito, levantando vários pontos importantes!
Eu que adoro animais, em especial, cachorros, tive que concordar com tudo que escreveu e bater palma!
O vídeo, então... Nossa! Lindo, lindo, lindo!
Beijocas
Carlinha concordo com os comentários anteriores... super parabéns.
Sabe qo que acho pior junto disso tudo que escreveu... o desrespeito generalizado. Essa infeliz que fez esse comentário, aposto que ela não é assim só quanto aos animais não... isso reflete muito mais ou melhor... muito menos do que ela tem pra oferecer.
Bjão e esse seu anti spam UOL me persegue hehehehehehe
Carla, parabéns pelo belo texto! E concordo contigo em tudo! Acho que a gente poderia fazer cada dia mais e mais, um tijolinho por vez. Ótimo pensamento de uma ótima pessoa, por dentro e por fora! Beijos!
Oi Carla,
Seu texto está perfeito: sensível e responsável, como você.
Fiquei feliz ao lê-lo e mais feliz ainda por lembrar que meus Anjos
estão em tão boas mãos.
Obrigada por divulgar os Anjos para Adoção, pois estamos com muitos filhotes para doar
Um grande beijo
Maria Augusta
http://anjosparaadocao.multiply.com/
Oi, Carla:
Fiqeui tão feliz em ler seu post!.
A gente pensa, pelo menos no que tange a bicho, muito igual.
Como diz minha mãe (e melhor amiga) quem adota um filhote tem de pensar que será responsável por esta vida na sua velhice: colocar um bichinho em casa é adoção.
E o que tem de gente "descompromissada" (aliás, este é o adjetivo que mais define o Brasil principalmente de uns 6 anos pra cá) rebolando por aí, não "cabe no gibi", né?
Eu tb aplaudo (e tento ajudar como posso), e de PÉ, o trabalho da Mª Augusta.
Já tive a felicidade de ter vários anjos e um em especial: uma filha da vida, que dá nome ao meu blog (DB =Duna Bebéia).
Esses "caras" são um "amor que não se mede".
bjnhs
Olá!
Gostei do post! Eu não gosto muito de animais de estimação não. Mas acho que tem e gosta tem que cuidar, afinal como vc mesma disse, não é um brinquedo descartável, se é para ser assim, preferível não os ter. Respeito quem gosta e pronto e acho um máximo a sua iniciativa de ter um link para quem quer adotar, afinal muita gente quer e não sabe como ou onde, e acho que quem quer se desfazer de um bichinho, que dê a alguma entidade, ou parente que goste em vez de fazer esse tipo de barbaridade que você falou.
Fábio.
Oi Carla,
gostei do seu texto. Dá para perceber que você tem um grande respeito pelos animais. Outra coisa que percebi é que você tem uma grande sensibilidade. Parabens! Beijos.
Olá, Carla, vim conhecer seu espaço.
Menina, que triste ler essas verdades, como me corta o coração, como me dói
As vezes eu chego a achar que a humanidade não merece os animais, somos incapazes de entendê-los.
Ah...tem hora que a minha cachorra "fala" comigo, pelo olhar.
E até hoje, nunca ninguem, quando eu volto pra casa me disse> puxa, estou feliz! que bom que você voltou! eu gosto tanto quando você volta! eu gosto TANTO de você...
Gente não fala isso, cachorro fala...
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