sábado, 9 de janeiro de 2010

TÃO LONGE, DE MIM DISTANTE




Quem assistiu a minissérie “Dalva e Herivelto” deve ter notado como o ORGULHO foi uma peça chave na separação definitiva do casal. Dalva, à beira da morte chamou por Herivelto, que após ter passado grande parte do casamento deles saindo com todas as cabrochas do planeta, não a perdoa quando descobre que ELA teve UM caso extraconjugal por se sentir abandonada, solitária e preterida pelo marido. Quando questionado por que não vai visitá-la no hospital, afinal ele a traiu da mesma forma com inúmeras mulheres, ele diz que nunca a perdoaria porque ela era MULHER. E ela morreu, esperando o perdão do homem que ela mais amou.
As situações da vida são tão efêmeras que, quando penso no sentimento ORGULHO, associo imediatamente a perda de tempo... Se reflito nisso sobre o ponto de vista amoroso, então... Vemos casais separados, muitas vezes afastados por toda a vida por pura imaturidade trazida por esse sentimento.

Será que ao invés de guardar no peito sentimentos ruins após um grande amor, não seria melhor cultivar as boas lembranças? O coração que disparava a simples aproximação da pessoa amada, o desejo nascendo, o olhar curioso do amado para admirar aquela lingerie especial que toda mulher escolhe só pra ele, os mergulhos na piscina num dia quente de verão, as risadas, os porres, a sobremesa especial que ele jura nunca ter comido antes, a chuva, o carro alagado, as massagens, tantas histórias de amor existem pelo mundo afora, tudo enfim que foi vivido nesse palco por tanto tempo compartilhado.




Creio que tudo reside na falta de comunicação. Quantos de nós já não ouvimos histórias do tipo: “Ah, eu não vou ligar pra ele(a) por orgulho, para que ele(a) não me ache assim, disponível...”  - HELP! E o tempo passa e sentimentos que poderiam ser vividos e ficarem para sempre guardados no peito, esvaem-se como esgotos na enchente.
Perda de tempo volto a dizer. Não consigo admitir isso quando o assunto é amor! Quem não gosta de ser amado? Quantos não gostariam de ter um amor? E me vem a memória um trecho de uma linda oração:                    
“Muito obrigada Senhor, pelo meu lar!
É tão maravilhoso ter um lar...
Não importa se este lar é uma mansão, um bangalô, uma favela, uma tapera, seja lá o que for!
O importante é que dentro dele exista o amor! O amor de pai, de mãe, de marido e esposa, de filho, de irmão...
De alguém que lhe estenda a mão, a presença de um cão, pois é tão triste viver na solidão...”
 Para aqueles que têm um amor longe, seja essa distância física ou psíquica (ou ambas), sei por experiência própria, que um simples telefonema, um email, um torpedo, uma carta, um sorriso, podem operar verdadeiros milagres em matéria de aproximação. É quando estamos naquele estado comparável a uma flor que está morrendo de sede e uma chuva revigoradora a chama de volta à vida.
Que possamos cultivar as boas lembranças dos amores vividos. Essas sim, fazem a vida valer a pena!




5 comentários:

Cris Medeiros disse...

Eu vi a minissérie, odiei até o terceiro capítulo e amei o quarto, quando ela dá uma virada na situação... rs... Até fiz um post sobre isso em um dos meus blogs...

Se hoje em dia ainda sofremos com o machismo, imagina naquela época... Não queria viver naquele tempo, já sou inconformada com o que restou do machismo... rs

Sobre cultivar o lado bom dos relacionamentos... Eu procuro fazer isso, nem sempre é possível, mas do meu primeiro casamento eu só tenho boas recordações, mesmo tendo sido trocada por outra mulher...

Acho que depois que a mágoa passa devemos mesmo lembrar do lado bom que nos levou a viver um romance com aquela pessoa...

Mas continuo dizendo que não é fácil... rs

Beijocas

ML disse...

Carla, eu comecei a ver a mini série na casa da minha mãe e não desgrudei mais. Fiz questão de acompanhar tudo.
Os filhos que não leiam espero (e se lerem que me perdoem), mas o homem era um crápula, mesmo sob os padrões da época.
Acho que, independentemente dos padrões de comportamento da época, era o tipo de gente que gosta mesmo é só de si mesmo. E isso sempre existirá, infelizmente.
A coitada já precisava de quem gostasse dela para gostar de si.
Fiquei com uma super dó da mulher.
Adorei seu post, parabéns!
bjnhs e ótima semana pra Você!

anderson.head disse...

ainda não vi a mini série. a Flávia viu (via youtube) e disse que é muito legal. é uma pena, as coisas que resgatam nossas identidades, passaram de madrugada, quase.

abraço.

Anônimo disse...

Carla

Você arrebentou nesse post, quantas verdades dita de uma só vez. Fico feliz ao chegar num Blog e ler algo que só vem a confirmar que a salvação desse mundo está no amor puro e sincero. Temos que acabar com o orgulho e o preconceito e vivermos sempre felizes. Quando algo se agita lá em casa por alguma besteira, sempre falo para a minha filha, para reflete e deixa o amor vencer, porque aí vem o abraço, o sorriso e a conversa calma.

Um abraço bem grande.

A Torre Mágica | Pedro Antônio de Oliveira disse...

Oi! Obrigado pela visita!

Eu também adorei o seu blog!

Estarei sempre por aqui!

:)

Um abração!


Pedro Antônio

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