Outro dia observava uma mesa num restaurante onde estavam o casal e dois filhos. Um deles tinha por volta de quatro anos e o outro, uns seis meses. Este último estava o tempo todo no colo da ... babá. Toda vestida de branco, num canto da mesa, um pouco distante das outras pessoas, cuidava do bebê. Dava papinha, limpava a boquinha, suquinho, uma fruta amassada, para logo a seguir se encaminhar com o bebê no colo para o banheiro do restaurante. Claro que sabemos com qual finalidade (Não, não era afogar o bebê ou seqüestra-lo – ele voltou são e salvo minutos depois). Enquanto isso, os pais discutiam sobre a crise mundial, o valor das contas, a escola do garoto mais velho e este, desenhava com um estojo gigante de lápis de cor na toalha branca de papel que cobria a mesa.
A babá voltou e ninguém – nin-guém – havia dado a falta dela e da criança. E tampouco a viram sentar novamente reclusa na ponta da mesa. A pele negra reluzia de suor e seus olhos demonstravam cansaço. Talvez a criança tivesse dado algum tipo de trabalho na troca da fralda, quem sabe? Ou somado a isso, outros problemas lhe assomavam a mente. Pensei na Princesa Isabel e no esforço que teve ter sido a proclamação da Lei Áurea. Por que me lembrei disso? Porque ainda hoje estamos cercados por sinhás, sinhôs de engenho, sinhozinhos e sinhazinhas. A única diferença é que os escr..., ops, empregados e funcionários tem “liberdade” para voltarem e terem suas próprias casas. Tem liberdade?
7 comentários:
Lindo texto! Muito bem colocado!
Os tempos mudaram mesmo? rs
Beijocas
Oi!
Este texto me fez lembrar que é mais fácil promulgar uma lei do que incutir o conceito no coração e na mente das pessoas, né?
Passa lá no meu blog que tem uma brincadeirinha para você.Beijos
Carla!
Muito boa sua observação. Concordo plenamente.
Mas tem um outro ponto, nisso tudo que também me deixa ranzinza.
O fato de, uma mãe largar o filho com uma babá. Poxa, colocou filho no mundo, vai lá e cria. Claro que, uma babá para olhar o filho enquanto você não pode estar presente, aí eu concordo mas, em tempo integral, aí é preguiça.
É fácil parir e atirar a cria nos braços de uma babá.
Tem mulheres, tem pais, tem casais que jamais deveriam ter filhos. Nem bichos fazem isso com suas crias. Qualquer fêmea, de qualquer raça animal dá a sua vida pelo filhote e aqui digo que, é muito mais do que encher a pança da criatura, pagar escola, roupas, médico.
O que mais interessa é a relação entre mãe e filho, aquela relação que faz um ser humano crescer verdadeiramente.
É como diz o ditado: pai e mãe são aqueles que criam, que cuidam, zelam e não aqueles que apenas dão a vida.
çok güzel site.:)
Bem observado.
Provavelmente esta babá tem filhos e não pode cuidar deles, pq a ama de leite não ainda existe.
Triste, mas real.
Abraços.
É triste presenciar uma cena dessas, a moça que cuida da minha filha tem tratamento digno assim como qualquer profissional e ser humano!
Carla, aqui é o Bruno amigo do Sérgio, tudo bom? demorei para te escrever mesmo porque gosto de ler com calma, e tempo é o que eu não estava tendo, agora que estou com internet em casa novamente fica um pouco mais facil, apesar do sono, de ler textos reflexivos e bem escritos de amigas e amigos..
concordo plenamente com sua reflexao, e tambem acho que estamos bem parecidos com o passado que nos é mostrado como "abominável", ora, abominável somos nós por usarmos palavras que escondem sentimentos e situações reais.. dizem que sócrates já dizia que não era bom escrever muito porque o que a gente escreve vira crença e se não aparece ninguem falando o contrario aquilo vira verdade, e vamos assim sacrificando o sentimento, castrando nossa autenticidade em nome da democratica sociedade que somos parte em sua construçao e desconstruçao..
abraço! boas energias..
Postar um comentário