quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

VÁ COM DEUS

Nos últimos tempos tem me chegado às mãos e aos ouvidos também, muitas histórias de desencontros e todos os tipos de dores que os acompanham. Brigas, sociedades desfeitas, parcerias que se descontinuam depois de anos e anos de trabalho, separações. A coincidência nesses casos que tenho tomado conhecimento é a de que uma das partes sempre cumpriu seu dever, obrigação ou prazer, direitinho. Quando digo “direitinho” não é de uma forma militar, mas de uma forma quase que religiosa, repleta de adoração, amor incondicional, quase canino pelo dono. Aí, um belo dia, a outra parte chega e diz: “Acabou.” Ok, melhor prova de honestidade não existe, nada melhor que a sinceridade. Só que sabemos caro leitor, que nem sempre é assim, de bate e pronto. Podem ter se passado anos de escravidão, fantasias, palavras ao vento, promessas vazias. Das histórias que penso quando escrevo estas linhas, todas tem permeada entre elas, a dor. Qualquer separação dói, por mais preparados que estejamos, por mais que soubéssemos que a morte rondava. Fica a sensação de não ter feito o suficiente, de procurar onde aconteceu o primeiro deslize que induziu ao erro fatal, a vontade de matar seguida pela de morrer. Tudo passa, clichê e verdade absoluta. Na maior parte das vezes a separação é o caminho para novas portas, novo ciclo, nova vida. Cabe a nós, levantarmos, sacudirmos a poeira e darmos a volta, dançando. O importante é termos a sensação de que fizemos nosso melhor, com erros e acertos, com defeitos porque somos humanos, com verdade porque acreditamos, sobretudo em nós mesmos. O outro? Que vá com Deus, porque provavelmente algo muito melhor está para nós guardado.

5 comentários:

Cris Medeiros disse...

Lindo texto! Muito bem escrito! Você é daquelas pessoas que quando vejo que tem post sei que vou gostar, discordando ou concordando.

Nesse caso eu concordo plenamente e posso te dizer que algo semelhante ronda a minha vida...

Beijocas

Elaine Gaspareto disse...

Olá!
E sabe que é verdade mesmo, quando alguém se vai sempre pode vir coisa melhor.Já vivi isso na vida.
Como você está, Carla?
Tenha um bom dia!

Cami disse...

O mais sofrido numa separação, e seja ela pelos seus vários meios, é sentir que se foi aquela acomodação, a estabilidade da situação.

Mas, os Seres Humanos são 100% adaptáveis.

Bjão!

Dany disse...

Eu passei a aceitar melhor as separações, fossem elas de qualquer espécie, quando percebi que nada é eterno e que às vezes, é mais do que necessário, perder, pra depois ganhar... É a vida, faz parte. mas como vc disse, a gente sofre, mesmo q estejamos preparadas... É inevitável a dor... mas como dizia o grande poeta... se a dor é inevitável, o sofrimento é opcional!
Bjos

Cara de 30 disse...

É... Carla, acho que o mundo de hoje leva a isso tudo. Separações de casais, de amizades, de familiares, de sociedades etc.

Recentemente sofri com uma canalhice tremenda que meu antigo patrão fez com todos os envolvidos na empresa dele. Funcionários, credores, fornecedores, outros parceiros, enfim, todos que se relacionavam com a empresa. Simplesmente fechou e mandou todo mundo procurar seus direitos na justiça.

Hoje tenho certeza de que a justiça dos homens pode não pegá-lo mas a divina vai rachar a cara dele na curva. E não vão pegá-lo pelo simples fato dele ter fugido da cidade... Fugiu mesmo, pegou um avião e foi embora.

Ninguém sabe com 100% de certeza onde ele está. Até pode estar aqui no apartamento do meu lado e eu não sei mas desconfiamos que esteja em algum lugar dos Estados Unidos.

Enfim, é a vida... Levando rasteiras e aprendendo a se levantar sozinho, correto?

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