terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O ENCANTO E O AMOR

    

      Com quem ainda não falei, vão aqui meus mais sinceros votos de um 2011 repleto de luz e todas as maravilhas do mundo!

     O ano começou com um assunto recorrente nas histórias que ouço. A perda do encantamento dos primeiros tempos de um relacionamento.

     Os problemas se acumulam, o diálogo cada vez mais escasso, os filhos que chegam, tomando mais tempo antes dedicado apenas ao casal... Ou mesmo durante o namoro: cada um se "acostumando" (detesto essa palavra) com o jeito do outro, nada mais causando surpresa, nem tampouco estranheza... A grande maioria acha normal, faz parte de qualquer relacionamento que se desenvolve por longos períodos...

     Questiono isso. Será que relacionamentos amorosos não são também construídos dia a dia em bases sólidas de amor, aceitação e compreensão? Sim, porque sem esses pilares, difícil qualquer relacionamento sobreviver, o que dirá um que envolva questões intimas, com alguém que praticamente saberá tudo de você, da hora que acorda ao traje que usa para dormir - sim, vale desde camiseta de político, até camisola sexy - isso falando apenas das mulheres.

     Imediatamente lembro do Taj Mahal, na India. para quem não conhece a história, o Taj Mahal é uma das maravilhas do mundo e foi construído em homenagem a última esposa do imperador Sha Jahan.

     Eles se conheceram quando Arjumand vendia cristais num bazar. Sha Jahan imediatamente se apaixonou por ela, mas quis o destino que ele se casasse antes com outra, para após cinco anos, transformar Arjumand em Mumtaz Mahal, "a eleita do palácio". Durante todo o tempo o casal trocava juras de amor, além de estarem quase sempre juntos, compartilhando tudo o que a vida a dois possa oferecer. Alguns anos mais tarde, Sha Jahan participava de uma batalha fora dos arredores do palácio, quando recebeu a notícia de que sua esposa estava à beira da morte após dar à luz o décimo terceiro filho deles. O imperador ainda teve tempo de se despedir da esposa, que morreu em seus braços. Durante o resto de sua vida, enclausurou-se e mandou construir um imenso palácio, onde exigiu que tudo o que houvesse de melhor no mundo fosse utilizado na construção: os melhores arquitetos, operários, pisos, jóias, etc, para que ali fosse representado o amor que existiu entre Sha Jahan e sua esposa. Depois de duas décadas, o palácio ficou pronto e enfim, Mumtaz Mahal pode ser transferida e enterrada no lugar construído em sua homenagem. Anos mais tarde, o próprio imperador ali também se juntou ao corpo da esposa.


     Essa história me faz imaginar um homem que mesmo após a morte da companheira, continuou a dedicar suas lembranças e seu amor, dia após dia. Escolhas. O mais comum é vermos exatamente o contrário: companheiros(as) de jornada que mal se falam, que não compartilham romance, que não se olham nos olhos, que guardam segredos, que apenas exigem aquilo que o outro não consegue dar.


     Fico a pensar se a perda do encanto, não significa de fato, a perda do interesse no outro. E quando isso acontece...realmente não há mais o que fazer.

4 comentários:

ML disse...

Oi, Carlinha, que "pancadão" de ideias, menina! Só as melhores, diga-se de passagem.
Eu tb agora percebi o quanto estar "acostumado/a" é "péssimo".
Mas, por outro lado, se a gente não se "acostuma" ao jeito alheio que a gente não gosta, de gente de quem se gosta muito, como conviver?
Pensei em relação pai/mãe e filho/a, não em romance (para facilitar minha mente).
Tem muita coisa nos meus pais e irmãos de que não gosto, a princípio, mas a que estou acostumada e faço questão de não me desacostumar.
São só um ínfimo pedaço do que adoro.
Com relacionamentos amorosos, acho que, com o tempo, tb acaba sendo assim: se a essência é boa, melhor a gente se "acostumar" com as manias, bobeiras e coisas que não têm jeito.
Agora, ficar ao lado só pelo costume é um "horrorrr", concordo plenamente.
bjnhs e ótima semana, Querida!

Junkie Careta disse...

Carla,
Que bom poder voltar por aqui. E que bomba vc lança...

Depois de 2 separações,muitos livros lidos e noites para entender, eu só posso te dar a minha verdade: acho que quando uma relação chega a esse ponto, é porque o amor já não mora lá.Acredito que quando 2 pessoas se amam de fato,mesmo a rotina tem sua beleza. Não estou falando de viver em um mundo fantasioso onde a rotina não mexa com o que se sente, falo da certeza de que, mesmo com ela, juntos, o casal procura encontrar caminhos para recriar a relação. Mas isso deve ser feito quando é detectado no começo, depois de instalada a situação, a coisa fica mais difícil. Não aceito essa fatalidade de que viver a dois, signifique necessariamente a morte do amor.

Te convido para aparecer no Psleen Rosa Chumbo quando puder,naquele que talvez possa ser o seu último post.Traga uma caixa de lenços, outra de primeiros socorros, um coração e um estômago forte.

Um grande abraço

ML disse...

Hello, Carlíssima, tido bem, meu bem?

Vc anda postando menos do que eu, deve estar em busca dos "15 minutos de anonimato",(frase de um artista plástico que minha mente não gravou o nome, oh tristeza) que considero uma tendência futuro próximo.

De todo o modo, bjnhs e uma GRANDE - aliás, ENORME - semana FELIZ pra Você!

ML disse...

Carlinha, passei pra desejar um ótimo final de semana.

bjnhs, querida.

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