Com quem ainda não falei, vão aqui meus mais sinceros votos de um 2011 repleto de luz e todas as maravilhas do mundo!
O ano começou com um assunto recorrente nas histórias que ouço. A perda do encantamento dos primeiros tempos de um relacionamento.
Os problemas se acumulam, o diálogo cada vez mais escasso, os filhos que chegam, tomando mais tempo antes dedicado apenas ao casal... Ou mesmo durante o namoro: cada um se "acostumando" (detesto essa palavra) com o jeito do outro, nada mais causando surpresa, nem tampouco estranheza... A grande maioria acha normal, faz parte de qualquer relacionamento que se desenvolve por longos períodos...
Questiono isso. Será que relacionamentos amorosos não são também construídos dia a dia em bases sólidas de amor, aceitação e compreensão? Sim, porque sem esses pilares, difícil qualquer relacionamento sobreviver, o que dirá um que envolva questões intimas, com alguém que praticamente saberá tudo de você, da hora que acorda ao traje que usa para dormir - sim, vale desde camiseta de político, até camisola sexy - isso falando apenas das mulheres.
Imediatamente lembro do Taj Mahal, na India. para quem não conhece a história, o Taj Mahal é uma das maravilhas do mundo e foi construído em homenagem a última esposa do imperador Sha Jahan.
Eles se conheceram quando Arjumand vendia cristais num bazar. Sha Jahan imediatamente se apaixonou por ela, mas quis o destino que ele se casasse antes com outra, para após cinco anos, transformar Arjumand em Mumtaz Mahal, "a eleita do palácio". Durante todo o tempo o casal trocava juras de amor, além de estarem quase sempre juntos, compartilhando tudo o que a vida a dois possa oferecer. Alguns anos mais tarde, Sha Jahan participava de uma batalha fora dos arredores do palácio, quando recebeu a notícia de que sua esposa estava à beira da morte após dar à luz o décimo terceiro filho deles. O imperador ainda teve tempo de se despedir da esposa, que morreu em seus braços. Durante o resto de sua vida, enclausurou-se e mandou construir um imenso palácio, onde exigiu que tudo o que houvesse de melhor no mundo fosse utilizado na construção: os melhores arquitetos, operários, pisos, jóias, etc, para que ali fosse representado o amor que existiu entre Sha Jahan e sua esposa. Depois de duas décadas, o palácio ficou pronto e enfim, Mumtaz Mahal pode ser transferida e enterrada no lugar construído em sua homenagem. Anos mais tarde, o próprio imperador ali também se juntou ao corpo da esposa.
Essa história me faz imaginar um homem que mesmo após a morte da companheira, continuou a dedicar suas lembranças e seu amor, dia após dia. Escolhas. O mais comum é vermos exatamente o contrário: companheiros(as) de jornada que mal se falam, que não compartilham romance, que não se olham nos olhos, que guardam segredos, que apenas exigem aquilo que o outro não consegue dar.
Fico a pensar se a perda do encanto, não significa de fato, a perda do interesse no outro. E quando isso acontece...realmente não há mais o que fazer.