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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O ENCANTO E O AMOR

    

      Com quem ainda não falei, vão aqui meus mais sinceros votos de um 2011 repleto de luz e todas as maravilhas do mundo!

     O ano começou com um assunto recorrente nas histórias que ouço. A perda do encantamento dos primeiros tempos de um relacionamento.

     Os problemas se acumulam, o diálogo cada vez mais escasso, os filhos que chegam, tomando mais tempo antes dedicado apenas ao casal... Ou mesmo durante o namoro: cada um se "acostumando" (detesto essa palavra) com o jeito do outro, nada mais causando surpresa, nem tampouco estranheza... A grande maioria acha normal, faz parte de qualquer relacionamento que se desenvolve por longos períodos...

     Questiono isso. Será que relacionamentos amorosos não são também construídos dia a dia em bases sólidas de amor, aceitação e compreensão? Sim, porque sem esses pilares, difícil qualquer relacionamento sobreviver, o que dirá um que envolva questões intimas, com alguém que praticamente saberá tudo de você, da hora que acorda ao traje que usa para dormir - sim, vale desde camiseta de político, até camisola sexy - isso falando apenas das mulheres.

     Imediatamente lembro do Taj Mahal, na India. para quem não conhece a história, o Taj Mahal é uma das maravilhas do mundo e foi construído em homenagem a última esposa do imperador Sha Jahan.

     Eles se conheceram quando Arjumand vendia cristais num bazar. Sha Jahan imediatamente se apaixonou por ela, mas quis o destino que ele se casasse antes com outra, para após cinco anos, transformar Arjumand em Mumtaz Mahal, "a eleita do palácio". Durante todo o tempo o casal trocava juras de amor, além de estarem quase sempre juntos, compartilhando tudo o que a vida a dois possa oferecer. Alguns anos mais tarde, Sha Jahan participava de uma batalha fora dos arredores do palácio, quando recebeu a notícia de que sua esposa estava à beira da morte após dar à luz o décimo terceiro filho deles. O imperador ainda teve tempo de se despedir da esposa, que morreu em seus braços. Durante o resto de sua vida, enclausurou-se e mandou construir um imenso palácio, onde exigiu que tudo o que houvesse de melhor no mundo fosse utilizado na construção: os melhores arquitetos, operários, pisos, jóias, etc, para que ali fosse representado o amor que existiu entre Sha Jahan e sua esposa. Depois de duas décadas, o palácio ficou pronto e enfim, Mumtaz Mahal pode ser transferida e enterrada no lugar construído em sua homenagem. Anos mais tarde, o próprio imperador ali também se juntou ao corpo da esposa.


     Essa história me faz imaginar um homem que mesmo após a morte da companheira, continuou a dedicar suas lembranças e seu amor, dia após dia. Escolhas. O mais comum é vermos exatamente o contrário: companheiros(as) de jornada que mal se falam, que não compartilham romance, que não se olham nos olhos, que guardam segredos, que apenas exigem aquilo que o outro não consegue dar.


     Fico a pensar se a perda do encanto, não significa de fato, a perda do interesse no outro. E quando isso acontece...realmente não há mais o que fazer.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

PERDÃO



Muito se fala em perdão. E pouco se perdoa por aí.

Ultimamente esse assunto tem sido presença constante em meus dias. Talvez seja a época do ano que se aproxima e uma grande maioria de pessoas se dá conta do que perdeu o ano todo...

Também se fala “perdôo, mas não esqueço...” Ora, então não perdoou, oras bolas...

Ouvi certa vez que perdoar não é convidar o inimigo ou a pessoa que nos fez mal para tomar café em nossa casa; é simplesmente não desejar o mal. Isso parece fácil, mas não é. O pensamento é uma arma poderosa que apontamos para nós mesmos. O simples fato de pensarmos o mal para alguém – “ah, tomara que fulano caia de cabeça...” – é humano, mas atrai para nós uma vibração desnecessária. Algumas pessoas vivem assim, desejando que os outros não possam ir pra frente, não se desenvolvam... Não percebem que além de desejarem mal, ainda estão sendo corroídas pela inveja... E ainda tem quem fale “ah, mas é inveja boa”, ou “o que senti foi inveja branca” ??!!!??? Inveja é inveja e não é boa, muito menos colorida. O contrário disso é admiração e isso sim, é um sentimento bom.

Peguei um táxi esta semana e lá pelas tantas o taxista começou a me contar que tem pensado muito num ex-patrão dele, uma das pessoas a quem ele mais amou nessa vida. Há trinta anos brigaram e nunca mais se falaram. Naquela época o taxista era motorista do tal patrão e um dia, após ter passado a manhã e o começo da tarde resolvendo coisas para o patrão, ao chegar ao trabalho, ainda no carro, viu o mesmo parado na porta do estabelecimento, esperando-o. Como estava com muita fome, (só havia tomado o café pela manhã e mais nada), fez de conta que não viu e estacionou o carro perto da lanchonete que freqüentava. Só que o atendimento demorou cerca de meia hora e quando ele voltou ao trabalho, o patrão estava fulo da vida. Discutiram e o patrão o mandou embora, depois de anos juntos. Nunca mais se viram ou se falaram.

O taxista contou que o estabelecimento nem existe mais, mas que o desejo de pedir perdão aquele que ele tanto amava e serviu, permanece. Isso me foi contado com muita emoção e lágrimas nos olhos do pobre homem.

Contei a ele então, da técnica de Ho'oponopono. Podemos pedir perdão em pensamento, sempre que nosso coração mandar. “Pedir perdão?” Mas como se não fui eu que errei? Ora, isso é o que achamos, mesmo que tenhamos razão. Mas, muitas vezes o que acontece é que o outro lado acha que o erro é nosso, por sua incapacidade de olhar a si mesmo. Cabe então a nós, pedirmos perdão também, caso alguma coisa ou ato tenha sido mal interpretada. E mais: dizer que amamos aquela pessoa e que sentimos muito... Fácil? Mas quem disse que seria? E estamos falando de fazer isso em pensamento, porque muitas vezes os envolvidos nem fazem mais parte deste mundo...

O homem chorou. E eu ali, no silencio do transito pesado de São Paulo, vibrando para que ele tivesse forças. E após um tempo onde ele pode lavar a alma, disse pra mim: “Sabe? Amanhã mesmo vou procurá-lo. Não adianta carregar isso a vida toda. Vou falar com ele sobre o amor que lhe dediquei como empregado durante dez anos. Isso talvez ainda sirva para alguma coisa...”

Eu o apoiei e disse para não desistir de amar, já que ele guardou isso durante trinta anos. E reforcei seu pensamento dizendo que ele guardou amor e sofria, mas estava bem melhor que aqueles que guardam ódio e acreditam ter a verdade.
 

   

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

PELA ETERNIDADE

    

    Por estes dias fui a um cemitério levar umas flores. Apesar de espírita que sou, prometi em vida levar flores ao túmulo de uma pessoa que me pediu e assim faço.
   Por estarmos próximos dos finados, o movimento do cemitério é diferente. A administração corta a grama, (é um daqueles que não possuem lápides, nem túmulos), ajeita as placas indicativas, rega as flores dos jardins que o cercam, etc.
  Após ter feito minhas orações, sentei num banco, embaixo de uma pitangueira e fiquei escutando o silêncio, a famosa "paz de cemitério".
   Algum tempo depois, minha atenção se voltou a uma pessoa, sentada na grama, com um guarda chuva aberto para a proteger do Sol, arrumando flores em determinada sepultura. Com o maior cuidado deste mundo, a mulher tirava as flores uma a uma da sacola e ia monstando um "ikebana" colorido, com muito cuidado. Terminado este, passou a fazer mais dois, com calma, separando as pétalas, arrumando o laço que as unia, ajeitando com carinho dentro de um cachepot. Quando achava que não estava bom, desmanchava tudo e começava novamente. Distante dela, embaixo de uma árvore enorme, um casal parecia discutir. Pensei: "Nossa, discutir  a relação no cemitério?"
    A mulher que já tinha certa idade, teve dificuldades para se levantar sozinha do chão onde estivera sentada durante todo o tempo que montava as ikebanas. Soltou o guarda chuva para se apoiar melhor e o vento ameaçou leva-lo. Se esticou toda, num esforço v´sivel para que isso não acontecesse e conseguiu pega-lo, não sem antes derrubar um dos arranjos.
    Sem demonstrar frustração nem enfado, ajoelhou-se novamente e começou a montar novo arranjo. Levantou-se com mais cuidado, arrumou os arranjos graciosamente na grama, onde o colorido das flores dava uma certa alegria aquele pedaço de chão. Ao pousar cada um no chão, beijava antes as flores, lhes fazia um carinho e colocava-as cuidadosamente na sepultura. De pé, vi de longe que fazia uma oração. Mas não parecia uma oração qualquer, porque em meio as palavras, fazia um carinho em cada arranjo como a se despedir.
    Pensei: "Muita gente não conversa nem com os vivos, quanto mais fazer carinho..."
    Ela fechou o guarda chuva, guardou todos os apetrechos que trouxera e chamou o casal que discutia ao longe embaixo da árvore para irem embora. Eles foram ao encontro dela, sem olhar para o trabalho que ela havia feito, caminharam até o carro.
    A mulher por sua vez, antes de entrar no carro, virou-se mais uma vez e lançou no ar um beijo.
    Mais uma vez tive a prova de que realmente o amor não tem nenhuma barreira, nem tempo para ser vivido.

terça-feira, 22 de junho de 2010

BEM ME QUER, MAL ME QUER



Com o passar do tempo tenho aprendido (à duras penas, confesso) que uma das maiores dores é quando tentamos dar amor, ou o nosso melhor para alguém e a outra parte não aceita. Simplesmente recusa amor.



Ok, onde está mesmo escrito que alguém é obrigado a aceitar alguma coisa nessa vida? Realmente, nada que se faz obrigado pode ser bom. Mas nada parece tão difícil quanto a dor de desejar o bem e somente o bem, seja através de palavras, um sorriso, um gesto, um abraço, um livro, a convivência, e a outra parte transformar o que seria uma oportunidade em algo sem importância.



Quem de nós já não passou por uma situação assim? E não falo dessa reação com estranhos, mas principalmente com aqueles que nos rodeiam – e a dor é ainda maior quando são pessoas que amamos.



Pagar o mal com o bem é uma máxima cristã há muito difundida. Tenho comprovado que o mal só atrai ainda mais mal. Algumas pessoas são insistentes nisso. Não percebem a Lei da Atração, da Ação e Reação. Perdem verdadeiros bálsamos pelo caminho, pensando e realizando coisas inúteis com o único intuito de prejudicar alguém – burrice, porque só fazem mal a si mesmos.



Creio que a maior decepção é que quando vemos vários exemplos pela vida – nosso ou de outros – inevitavelmente vamos nos tornando mais inflexíveis, mais descrentes, mais duros e porque não dizer, mais tristes.



O grande desafio é justamente esse: não deixar que decepções (mesmo que sejam muitas, ao mesmo tempo, agora) nos arrastem para fora do caminho que viemos aqui desenvolver. É acreditar primeiro em nós mesmos, termos a consciência tranqüila, não desejarmos o mal a qualquer ser.

Fácil? Não, senão estaríamos em algum lugar bem melhor que aqui. Talvez numa situação onde pudéssemos amar a todos sem receio. Porque ultimamente até pra isso, muitas vezes, colocamos um pezinho pra trás...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

PARA PAIS DE VERDADE

Passadas as comemorações do Dia dos Pais, trago uma variação de um mesmo tema, inspirada no post “DIA DAS PÃES” de minha querida blogueira Andréa. Muito se tem falado sobre as mães que acabam por assumir filhos, casa, comida, roupa lavada, trabalho dentro e fora do lar para manter não só seu próprio sustento, mas também o de seus rebentos. Inúmeras mulheres são abandonadas por seus homens (maridos, namorados, amantes) assim que estes descobrem que elas estão grávidas ou quando resolvem viver a vida de outra maneira (com outra companheira ou não.). Indescritível falar do sofrimento de uma menina grávida quando o primeiro namorado foge sem dar notícias ao saber que será pai. O mundo pela frente e uma grande, enorme responsabilidade nos ombros, na cabeça, no bolso. E pelo resto da vida. Uma mistura de dor, fibra, luta, dedicação, lágrimas e muitas compensações. Outro dia uma moça me contava da felicidade de receber o primeiro abraço espontâneo da filha que ainda fará dois anos ao chegar em casa depois de um exaustivo dia de trabalho. Desnecessário dizer que foi abandonada (ela e a filha). Abandonar é o verbo, que no Houaiss tem os seguintes sinônimos: “desamparar, deixar sozinho ou sem condições (de sobreviver, de prosseguir com alguma tarefa, trabalho, propósito etc.) ; renunciar a, desistir de; perder o interesse por, não dar mais atenção a, descuidar-se de direto, deixar de lado, renunciar, renegar”. O mote deste post trata do outro lado. Dos pais que são também abandonados por suas mulheres e se vêem de repente, às voltas com filhos, fraldas e mamadeiras, sem nunca terem chegado perto de qualquer uma das opções. Dos pais que ao separarem-se de suas esposas, amantes, namoradas, são alijados do convívio de seus filhos por anos a fio, por conta da raiva, dor de cotovelo, vingança, ódio, ou qualquer sentimento desprezível por parte de suas ex-mulheres. Mulheres essas que não pensam em seus filhos, no que esse afastamento por ameaças poderá causar em seu futuro quando adultos, quando um dia forem pais. Algumas mulheres não admitem que um homem vá reiniciar sua vida com outro alguém ou sozinhos. E partem para uma luta inglória, de maneira egoísta e lamentável, onde o que passa a interessar é QUANTO esse pai vale financeiramente e não como exemplo, como amor. Usam seus filhos como “moleque de recados”: “Diga à seu pai que ele precisa pagar a pensão e não gastar com aquela vagabunda” e outros exemplos não tão finos que vocês podem imaginar. Cicatrizes profundas surgirão, por todos os lados. Muitas e muitas vezes, nem o peso dos anos trará a cura. O abismo que se formou é imensurável. E por conta de que? Do egoísmo. Simples assim. Crianças precisam de amor, de acolhimento, segurança e sobretudo da maneira diferente entre ser mãe e pai. Aprendi com um professor há muitos anos que “quem não sabe renunciar, não sabe amar”. Mulheres assim não sabem amar seus filhos. Falo de um amor incondicional, o amor de uma mãe, cantado em prosa e verso há tantas gerações. Não estou discutindo se o homem fez certo ou errado, mas sim as conseqüências de quem é capaz de viver uma vida inteira pelo prazer de destruir alguém. Sim, caro leitor, essas pessoas existem, ou vocês acham que a “Nazaré” daquela novela foi inspirada em sonhos? Não, não, vida real. Quantas delas conhecemos ou já ouvimos falar? Além daquelas que assim são. Existe um projeto de Lei em votação que visará impedir que um dos pais denigra a imagem do outro perante os filhos, afim de evitar que estes apresentem os mais diversos problemas emocionais e psicológicos no futuro, advindos de uma guerra que não visa nada mais que o poder, o controle. Já não era sem tempo! Sou mãe, sou esposa e sou filha. Tive o privilégio de ter esses dois exemplos de pais na mais alta conta. Talvez isso explique este post: acredito nos homens e não faço parte do discurso de muitas “mulherzinhas” de que “homem não presta”. Presta e muito, sou o exemplo vivo disso. E passo isso adiante. Porque se tem “homem que não presta”, garanto que existem mulheres que prestam menos ainda. Minha homenagem aos pais que fazem parte da minha vida e à todos aqueles que choram por não ter a graça de verem o crescimento de seus filhos. Coragem e fé. Relembrando Fidel: “Um dia a história os absolverá” porque a verdade tarda, mas não falha. E no final o amor sempre vence o mal.Sempre, tenha certeza. O vídeo mostra Cartola e seu pai, após 40 anos sem se falarem. Notem a emoção mal disfarçada de ambos... A hisória da música é resultado da noite em claro que Cartola passou ao descobrir que uma de suas filhas havia se tornado prostituta. Pais também sofrem.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

FLOR DE LIS

Recebi o texto abaixo por email. Ele simplesmente traduz uma história de amor que poucos conhecem. Como toda história de amor que se preze, esta também é marcante. Como outras grandes histórias, seu final é triste. Mas isso talvez seja mais um ingrediente para amarmos. E cada vez mais. O quanto antes. Reproduzo abaixo na íntegra.
Muitas vezes ouvimos dentro de uma melodia, uma frase poética bem estruturada, mas, não entendemos o seu significado. Soa bem aos nossos ouvidos! É um prazer ouvi-la. Nesta música do Djavan, casam bem letra e música, o auditório, esboça o desejo de dançar, se movimenta e marca o ritmo com as palmas. Então pensamos: é uma poesia que brotou da mente iluminada do poeta. Mas sem o motivo da inspiração, fica difícil entendê-la. Este o fato que o inspirou: Djavan foi casado com Maria. Ela grávida, souberam que teriam uma filha e o nome escolhido por eles para a menina, foi 'Margarida'. Porém, sua mulher teve um problema na hora do parto e ele teve que optar por ela ou por sua filha. Perdeu as duas por obra do destino. Assim, é possível entender a letra da música, sobre o ponto de vista de Djavan, que para o mundo, transformou sua dor em arte.
Valei-me, Deus!
É o fim do nosso amor
Perdoa, por favor
Eu sei que o erro aconteceu
Mas não sei o que fez
Tudo mudar de vez
Onde foi que eu errei?
Eu só sei que amei,
Que amei, que amei, que amei
Será talvez
Que minha ilusão
Foi dar meu coração
Com toda força
Pra essa moça
Me fazer feliz
E o destino não quis
Me ver como raiz
De uma flor de lis
E foi assim que eu vi
Nosso amor na poeira,
Poeira
Morto na beleza fria de Maria
E o meu jardim da vida
Ressecou, morreu
Do pé que brotou Maria
Nem Margarida nasceu.
E o meu jardim da vida
Ressecou, morreu
Do pé que brotou Maria
Nem Margarida nasceu.
Aproveite cada momento da sua vida ao máximo, passe o maior tempo possível com as pessoas que você ama , torne estes momentos inesquecíveis. Aproveite a sua vida! Problemas todos têm. E é bom saber que um dia, os de hoje, vão se resolver, e, outros surgirão. Não podemos ficar esperando a ausência deles para sermos felizes!

terça-feira, 30 de setembro de 2008

ALÉM DO INFINITO

Às vezes acontecem fatos em nossas vidas cujas conseqüências nos colocam em situações nunca dantes imaginadas... Podemos conhecer um grande amor num lugar inesperado, ganhar um prêmio que modifique totalmente (para o bem ou não) nossa maneira de viver, sofrer um acidente, ser assaltado, etc. Podemos estar sentindo que estamos fazendo o bem, ou o nosso melhor e sermos interpretados como fazendo justamente o oposto. O livre pensar é só pensar. Muitos ficam encarcerados dentro de dogmas, preconceitos, realidades que não podem ser mudadas seja por comodismo, covardia, cansaço e desenham o mundo de acordo com suas próprias lentes. Não admitem que outros também possam ser capazes de amar, sorrir, abraçar, estender a mão. Muitos, se sentindo incompreendidos desistem do amor. Outros, dos quais faço parte, seguem acreditando que amar é ótimo desde que os limites do amor também sejam respeitados. Sim, porque amor demais é desequilíbrio, sufoca, enfeitiça, adoece com o tempo. Nessa caminhada vamos fazendo amigos e também inimigos involuntários. Um inimigo involuntário é aquele que você mal conhece e vice-versa e ele já está disposto a puxar o seu tapete. Os motivos para isso podem ser inúmeros, mas pra mim o principal é a falta do próprio-amor. Que bom quando o tempo passa e com ele o outro aprende a te conhecer e ao libertar-se do medo de amar também SE liberta e com isso o amor nasce e floresce. Sim, porque não adianta termos apenas um amor guardado no peito, é importante que ele floresça como a primavera e caia em forma de chuva, leve, refrescante, apaziguadora sobre quem se ama. Triste quando o tempo passa e esse amor encrua, aperta o peito, causa angústia, maltrata o coração que vira pedra até tornar-se pó. Amar alguém que sabemos ser nosso “inimigo involuntário” não parece tão difícil quando entendemos as restrições do olhar e do amor dele. Difícil é vermos que muitos não estão sequer dispostos a tentar experimentar novos óculos. Difícil é vermos que o tempo é implacável e infelizmente muitos perdem a chance de fazer diferente e ao invés de criticar, simplesmente amar. Ontem perdi um desses “inimigos involuntários” que fazemos pela vida. Fiquei triste porque sei que devo ter falhado em algum momento, já que nesta vida não deu para refazermos a história, embora minha capacidade de amá-lo ainda esteja latente. Agora me resta enviar através de minhas orações todo o amor que eu gostaria que ele tivesse aceito. Descanse em paz, com amor.

domingo, 14 de setembro de 2008

DEPOIS DO FIM

Ela acreditou que depois dele nada valeria à pena.
E nem ninguém.
Durante meses a fio, chorou, bebeu, chorou mais, lastimou, blasfemou, jurou em vão, amaldiçoou, fez tudo o que aqueles que perdem um amor geralmente fazem. Sexo? Nem pensar. Só ele sabia todos os segredos de seu corpo e as vontades de sua alma. Procurar outro? Inimaginável. Ninguém poderia ocupar o lugar guardado há anos só pra ele. Casamento? Nunca mais. Todos os seus sonhos, segredos, planos, desejos, só podiam ser compartilhados com ele, afinal ele era o homem de sua vida, até a morte. A pergunta ainda ecoava todos os dias em seus pensamentos e o que é pior: em seu coração: por que ele a havia deixado? Ninguém sabia, nem ela. Ele dizia que só queria estar sozinho novamente. Só, em todos os sentidos. Os meses passaram e ela comprovou que ele continuava sozinho. Será que tinha descoberto que era gay? Sim, porque o amor dela era incondicional, então como ser abandonada assim, sem mais nem menos? As horas foram passando após o fim, os dias, os meses, o ano. Um belo dia ele a procurou dizendo que já que estava por perto, gostaria de devolver algumas fotos que haviam ficado com ele e que poderiam ser importantes para ela. Combinado o horário, ela aguardou sem expectativa, mas não percebeu. Ele chegou, cumprimentaram-se, sentaram, ele mostrou as fotos, ela olhou sem interesse, agradeceu, devolveu a ele a única que havia restado de seus ataques de fúria – as outras todas tinham sido rasgadas ou incineradas – essa havia ficado entre as páginas de um livro, esquecida. Ouviu as mesmas histórias, a mesma risada que tanto havia amado, e foi aí que caiu em si. Não sentia mais nada. Olhou para ele atentamente enquanto ouvia e viu um homem diferente daquele que havia sido seu grande amor. Como se ele nunca tivesse feito parte do mundo dela. Olheiras, um corpo um tanto esquálido, um papo chato – daqueles que alguns homens apostam que irão impressionar alguém – e percebeu o quanto havia sido cega. Levantou-se de repente, disse que tinha um compromisso, precisava ir, agradeceu as fotos, ele perguntou quando a veria novamente e ela rápida: “Qualquer dia quem sabe nos encontramos por aí” – querendo se livrar logo daquele incômodo. Ele meio sem graça agradeceu a única foto, disse um “Te ligo” e ressabiado caminhou pela calçada, olhando para trás duas vezes. Ela já havia sumido. Minutos após estava em sua casa, em frente ao espelho dizendo pra si mesma: “Estou viva e tenho a vida inteira pela frente!” E essa descoberta teve o mesmo efeito de uma bomba em seu passado. Atômica.

AMBIVALÊNCIAS

Hoje li um artigo sobre as cartas deixadas pelo escritor João Guimarães Rosa (Grande Sertão Veredas) para sua esposa Aracy. Perto de completar cem anos, ela sofre do Mal de Alzheimer, mas o grande amor que vivenciou com João, ficará para sempre estampado em longas cartas de amor. Ara, como era chamada pelo marido, foi o segundo casamento dele. Jeito de atriz internacional, beleza de vedete, inteligência feminina avassaladora para a época, tinha segundo ele “uma boquinha para ser beijada”, dentre outros elogios. Segundo amigos e conhecidos do casal, os dois compartilhavam tudo, inclusive a leitura dos rascunhos dos livros de Guimarães, bastando citar que “Grande Sertão Veredas”, sua obra máxima foi dado e não apenas ofertado, segundo o próprio autor para Aracy. Um amor que ficará para a Eternidade, do tamanho do legado deixado pelo escritos. Por outro lado, li também um caso onde um leitor queixava-se de que sua esposa quer fazer amor a toda hora. O psicanalista responsável em responder essa missiva disse que isso é perfeitamente normal, pois nada impede que uma mulher tenha mais desejo sexual que este ou aquele homem – e vice-versa. Que a convivência acaba por trazer cumplicidade, confiança, conversa, troca de olhares, pensamentos e inúmeras coisas boas, mas que com o tempo qualquer mulher passa a ser vista por qualquer homem como uma simples “paisagem”. Será?

terça-feira, 9 de setembro de 2008

FIM

Eles se conheceram por acaso, na saída de um café. Ele vinha entrando, ela saindo, segurando a bolsa e o casaco numa das mãos e atendendo/equilibrando o celular - como só bem sabem fazer as mulheres – com a outra mão enquanto abria a porta. O celular escorregou, ela se atrapalhou com a porta, ele rápido e solícito se baixou para pegar. Os dois deram uma cabeçada e como acontece nesses momentos insólitos, o olhar de ambos se cruzou. Não foi amor a primeira vista, mas algo estremeceu dentro de ambos. Riram da situação mais para disfarçar o coração aos pulos do que do fato em si. Ele a ajudou a apanhar as coisas que haviam se esparramado pelo chão depois da cabeçada e resolveram entrar para não atrapalhar anda mais quem estava tentando entrar/sair. Sentaram rindo ainda e ele sagaz pediu dois cafés. Ela riu e aceitou sem dizer palavra. Os cafés chegaram, eles comentando como as coisas acontecem, qual seu nome, o que você faz, mais uma água e outro café e se passaram duas horas. Ele esqueceu o compromisso, ela a aula de yoga. Trocaram telefones, ele a acompanhou até a saída, não quis parecer indelicado se intrometendo muito logo na primeira vez. Ela caminhou sorrindo para si mesma até o carro estacionado ali perto. Ele foi a pé com a sensação de caminhar na areia num domingo de Sol. Seis meses depois estavam morando juntos. Planos, trabalho, carreira, viagens, amigos, tudo ficou em suspensão em algum lugar do Universo. Agora só existiam ele e ela. Mais seis meses se passaram, sorrisos, transas memoráveis, praia, Sol, aluguel pra pagar, fondue, vinho, queijo, pão. Um dia, sem mais nem menos ele diz que vai embora. Não, ela não fez nada, ele gosta dela, mas acha que não dá mais, os dois tem objetivos diferentes, não, não dá pra recomeçar, ele não quer, quer viver mais – com ela não era possível fazer isso. Ela chora, implora, chora, pede, fica com raiva, joga as coisas dele porta afora, ele sorri triste, junta as tralhas jogadas, diz que vem buscar o resto qualquer dia e sem se virar, sai pela porta. Ela fica imaginando que ele tem outra, que ela é feia, que ele não presta. Liga pra melhor amiga, desabafa, ouve o clássico “os homens são todos iguais”, resolve desligar. Abre a geladeira, toma um porre de licor de menta e cai debaixo da água fria do chuveiro para se convencer que não está tendo um pesadelo. Os dias passam, insônia, falta de apetite, enjôo, nenhum telefonema, nenhum recado no trabalho. Fuça o Orkut dele e descobre que ele o deletou. Sem pistas, os amigos em comum se esquivando, ninguém quer se meter. Como tudo foi acabar tão de repente? Esquece que só a morte faz com alguns acreditem que as coisas acabem assim, de repente. Mas até mesmo ela manda seus recados subliminares. “O fim do amor, oh, não! Alguma dor talvez sim, porque a luz nasce da escuridão.” Promete a si mesma que a partir dali não mais se esconderá de si mesma. Só assim para aprender a enxergar o começo do fim e conseguir talvez, evitá-lo.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

PESSOAS ILUMINADAS

Fico pensando no privilégio de conhecer e o melhor, conviver, com pessoas iluminadas. Sabe aquele tipo de pessoa que aprende a conhecer você no olhar, em meia hora de papo, ou simplesmente através do silêncio? Pessoas que te possibilitam viver, ampliando sua visão, seu pensamento, sem forçar, sem fazer com que os ensinamentos sejam uma obrigação, mas, sobretudo um prazer. E as histórias contadas? Engraçadas, trágicas, humanas, simples, complexas, de toda uma vida... Às vezes podendo durar horas, outras apenas cinco minutos. Muitas vezes repetidas à exaustão, com a habilidade de ser contada como se fosse a primeira vez. E essas mesmas palavras ouvidas um dia, ecoam em nossa consciência em momentos exatos, em que estamos realmente precisando e é aí que fazem todo o sentido. Mesmo que na hora em que foram proferidas não tenhamos dado a devida importância. Penso também naqueles que nunca tiveram a oportunidade de conhecer esse tipo de gente. Realmente os “iluminados” são um presente dos céus em nossa vida. Aparecem geralmente sem estarmos esperando e muitas vezes se vão da mesma forma. Por isso a importância de aproveitarmos cada momento, risada, história, piada e até mesmo uma bronca (por que não?), tudo é vida, aprendizado. Afinal a vida é surpreendente e nunca sabemos se vamos poder repetir momentos... Para aqueles que ainda não tiveram essa oportunidade, não percam as esperanças! Nem sempre temos aquilo que desejamos da maneira que sonhamos, mas a vida é tão bonita que se encarrega de enviar o amor de alguma outra forma. Para os outros, dos quais modestamente faço parte, só nos resta agradecer. Eu que conheci o amor em forma de gente, quero deixar registradas as lembranças e os ensinamentos infinitos que tive e que me marcaram o coração com pegadas de carinho me transformando em quem sou. Meu agradecimento eterno aos Josés, Joões, Antonios e Paulos, além de tantos outros que ainda posso encontrar em minha estrada. Mas especialmente quero agradecer a você, meu querido e amado para todo sempre, meu pai. Eu te amo. Muito obrigada.
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