quarta-feira, 26 de agosto de 2009

MORTE

Muitas vezes se imagina que a morte (morrida ou matada) seja a solução para alguma situação que não damos conta. É um sinal do desânimo, da descrença que toma conta de qualquer pessoa em determinado momento de sua trajetória de vida. Algumas teorias dizem que o suicídio, por exemplo, não é o desejo de morrer, mas de se ver livre de uma situação angustiante, na qual o individuo crê cegamente que não haja qualquer solução. Quantos já morreram de amor, por amor, falta dele? Quantos também não se esqueceram de suas vidas e mataram por esse ou aquele motivo? Mas a vida é sábia e antes de nos apresentar a morte, em alguns casos é claro, cria uma introdução de valorização a si própria: a doença. O tema parece lúgubre, mas é real. Já notaram como basta alguém se descobrir doente (não de doenças terminais, mas começando com sérias alterações nos principais exames e órgãos, por exemplo), para alavancar uma corrida desenfreada em busca de soluções e cura? Valem tratamentos espirituais de todas as crenças, ungüentos e poções, simpatias, indicações de profissionais duvidosos, grandes especialistas pelo mundo a fora. Além do medo. Por mais que tenhamos querido morrer ou conhecido alguém que desejou profundamente, o medo sempre aparece. Silencioso e se alastrando em todos os poros. Medo da dor, da solidão, do sofrimento, da invasão do corpo por lâminas, instrumentos, pessoas. Medo do futuro, do que virá antes e também depois da morte, para aqueles que têm sua fé também baseada na pluralidade de existências. “Sempre desejada, por mais que esteja errada.” Existem aqueles que se entregam e os que lutam. Não há uma regra porque pessoas que lutaram diante da vida, podem se entregar perante a morte e vice versa. Já se sabe que se não estamos preparados para a morte, estamos muito menos preparados para a vida. Sim, porque quem não vive, não sabe morrer, e isso fazemos um pouco a cada dia. Tenho encontrado por aí pessoas que lutam – como faz nosso vice José de Alencar. E tenho percebido que no final da conversa, depois de ouvir a narração de todo o sofrimento por qual passaram, encerramos o assunto com um forte e emocionado abraço. E quando meu corpo toca o dessas pessoas, sinto de ambos os lados, um agradecimento mudo. Afinal, temos vida pela frente, tenha ela quanto tempo for.

6 comentários:

Cris Medeiros disse...

É bem verdade isso que vc disse! Eu mesma sou uma pessoa que não tenho medo de morrer, em muitos momentos desejo a morte por me sentir angustiada diante da vida... É algo de autodestrutivo em mim que eu tenho que tá sempre neutralizando.

Mas, basta eu ficar doente pra iniciar uma batalha pela vida... ahahah... Faço de tudo pra ficar boa... e vale tudo mesmo! Sou daquelas doentes que não ficam paradas na cama esperando a cura... rs

E... Foi muito bom ver minha fantástica Bethânia por aqui, não vivo sem ela... rs

Beijocas

Andréa disse...

Oi Carla!!
Que engraçado: eu vivi os dois lados da moeda.
Primeiro com a Leda, brigando com o câncer até seu último suspiro. Depois com minha mãe, uma hipocondríada nata, que se larga diante de qualquer gripe.
Porém, quanto ao suicídio, que também já tive na minha família, penso que o morto é a pessoa mais egoísta que exista.
Afinal, ele morre, mas deixa pra trás a esposa que fica cheia de traumas, tristezas e, claro, dependendo do caso, até com as dívidas e problemas do morto.
*Já se sabe que se não estamos preparados para a morte, estamos muito menos preparados para a vida.*
Parabéns pelo texto e pela abordagem.
Você é MARA!!!
Bjs e saudades,
Andréa

ML disse...

É, Carla, eu tb acho esse senhor josé Alencar - e sua mulher (que companheira de verdade, que amor!) um exemplo.
De força, serenidade, compreensão da vida. E pujança.
Não admiro o político (só por ser ligado ao PT, não votaria nele jamais!), mas sim o homem.
Morte é uma arapuca da vida.
Mas, não tem jeito, o "show" tem de continuar.
Da melhor forma possível (mesmo que cheia de buracos que a falta dos que amamos e que se foram nos faz).

bjnhs

Paulo Tamburro disse...

CARLA, que belissimo hino à vida você nos brindou.

E sobre O vice José de Alencar, realmente muito bem lembrado, ppois a obstinação deste home esua luta pela sobrevivência, é um momento épico da sua estória.

Acho que viver é lutar, sempre ,mesmo diante das mínimas chances pelos médicos atribuídas a este ou aquele estado de saúde de alguém.

Pois, afinal minha amiga, acima da ciência dos homens está a sabedoria de DEUS.

Tenho sentido falta dos seus comentários lá no nossos blogs.

Um abração carioca, minha amiga!

Francisco disse...

Amigona Carla!
Primeiro quero dizer que o tema do seu post, foi perfeito, e válido em qualquer época, pois vida e morte são assuntos que se discute desde que o mundo é mundo.

Quanto ao suicídio, às vezes me pergunto: Quem o comete é covarde ou corajoso? Será uma questão de ponto de vista?

P.S. (um dia a gente se encontra! rsrsrsrs)

Beijãozão!

Cris Animal disse...

Carlinha, estou em falta no mundo do blog....rs

caramba, seu texto é pra pensar e no final das contas acho que fica uma determinação: VIVA!

Viver é benção, dom, dádiva. É uma passagem, uma etapa. Ninguém sabe que mistério é esse que nos colocou aqui e que daqui iremos um dia sair, mas.... determinar o dia da nossa morte é meio covardia.
Que ela venha quando quiser e que saibamos recebê-la com tranquilidade. Afinal, esse foi o acordo...rs Apenas por um tempo!

Só acho terrível a morte prematura pela violência deste mundo.

Suicídio ???? Complicado ! Não julgo...rs

beijo grande

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